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Arranjos institucionais são destaque de Governança e Liderança


O diretor do Instituto Publix, Humberto Martins, foi um dos palestrantes em destaque na trilha de Governança e Liderança no segundo dia do II Fórum RNP (28/8). Os desafios da gestão de redes multi-institucionais, caso que se aplica diretamente à realidade da RNP, foi o tema central de sua apresentação.

Segundo Humberto Martins, as redes formais, ao contrário das redes sociais e comunidades, são instrumentos de arranjos institucionais com um propósito e uma finalidade específicos, que envolvem a iniciativa privada, o Estado e o Terceiro Setor. “É um fenômeno crescente a ideia da coprodução e cocriação, quando esses três atores cooperam para produzir bens públicos e privados”, afirmou.

Para o palestrante, o grande desafio da gestão dessas redes multi-institucionais é conviver com atributos hierárquicos e colaborativos. “Cooperação, participação colaborativa, animação, mobilização, articulação, solidariedade e negociação são princípios muito valorizados em organizações não governamentais, mas não se aplicam a estruturas mais hierárquicas”, exemplificou Humberto. “Lidar com esses dois aspectos é uma das grandes questões em arranjos institucionais em rede. Ambos são úteis para determinados propostos”.

Humberto usou o exemplo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro, que envolvem diversos setores da sociedade e do poder público para a manutenção do modelo de pacificação. Segundo ele, para que a parceria funcione, o conceito de coordenação tem que ser reinventado. “É preciso criar incentivos para que as partes cooperem, num ambiente de contínua interação, e o resultado seja alcançado”.

Maior possibilidade de reconhecimento, compreensão do ambiente organizacional e do mercado de atuação, ampliação do capital intelectual, compartilhamento de experiências individuais, aumento da capacidade de inovação, maior eficácia das equipes e integração de áreas anteriormente estanques são algumas vantagens do modelo de arranjos multi-institucionais citadas pelo palestrante.

O diretor do Instituto Publix ainda afirmou que a burocracia pública gera muitas dificuldades de relacionamento. “As tentativas de facilitar esse problema têm tido uma acolhida muito baixa, pois há um sentimento de desconfiança muito grande, por dar margem a atitudes patrimonialistas, ligadas à corrupção. Ao longo dos últimos 15 anos, surgiram alternativas para redes multi-institucionais, como a criação da organização social. No entanto, observa-se que há uma dificuldade de usar esses instrumentos já existentes”, concluiu.