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Encontro Redecomep apresenta status da implantação das redes metropolitanas


O status da implantação das redes metropolitanas e outros projetos de interesse aos Pontos de Presença da RNP foram apresentados no Encontro Redecomep, realizados nos dias 27 e 28/8 durante o II Fórum RNP.

Status das redes metropolitanas

Segundo o coordenador técnico das Redecomep, Marco Montoro, atualmente são 28 redes em operação, contando com a do Rio de Janeiro, que está 90% concluída. Dez redes estão em construção e implantação. As redes de Brasília, Campo Grande e Natal estão em expansão e as de Pelotas, Itajubá e Porto Velho estão em fase de projeto.

Auditorias nas redes

O responsável pela auditoria das redes metropolitanas, Joaquim Fanton, apresentou os principais problemas técnicos encontrados. “Cadastro desatualizado, descontrole de intervenções sofridas pela rede, ausência ou insuficiência de manutenção preventiva e corretiva, excesso de atenuação em cordões causado por poeira, devido à inobservância de raios mínimos de curvatura, fibras interrompidas e descontrole de ocupação de fibras”. O objetivo do relatório produzido pelas auditorias é avaliar objetivamente o estado físico da rede e propor soluções para as irregularidades encontradas.

Pontos de agregação (PoA)

O analista de Engenharia e Operações da RNP, Marcel Faria, explicou o que são os pontos de agregação (PoA), que visam suprir a necessidade de conectar clientes da RNP que participem de redes metropolitanas em cidades onde não há Pontos de Presença, geralmente situadas no interior. “O ponto de agregação é o nó intermediário que conecta clientes da RNP presentes nas Redecomep ao PoP no respectivo estado”, explicou Marcel. Segundo ele, existem duas possibilidades de modelo de operação: pelo próprio Ponto de Presença e também aos cuidados da instituição abrigo, se a mesma concordar em seguir determinadas regras.

“O PoA vai interagir com o PoP e canalizar o tráfego do interior. Esse modelo já está funcionando em São Carlos, em Campinas e em São José dos Campos, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Vamos viajar a Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém para levar o PoA ao estado do Pará”, afirmou o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi.

Rede GigaCandanga

O professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador técnico da rede GigaCandanga, Marcelo Ladeira, foi o responsável pela expansão da rede, que atualmente encontra-se na segunda fase de implantação. Ele apresentou os detalhes da expansão de 380 km, com capacidade de banda a 10 Gb/s.

Segundo o acadêmico, "ao final dessa expansão, terão sido agregados 41 novos acessos à rede GigaCandanga que podem chegar a quase 500 km, levando em conta o anel educacional. Dentre esses novos acessos, estão incluídos 25 subestações de transmissão ou de distribuição de energia da CEB, o que se acredita poder contribuir para a melhoria do serviço de fornecimento de energia elétrica no Distrito Federal".

Experiência da REMEP

O coordenador técnico da rede metropolitana de Florianópolis (REMEP), Guilherme Rhoden, apresentou a transmissão de sinal digital da TV da Universidade Federal de Santa Catarina (TV UFSC) através da rede metropolitana.

A produção e estúdios da TV UFSC ficam localizados no centro de Florianópolis e a infraestrutura óptica da REMEP está sendo utilizada para transportar o sinal da sede da TV até os altos do Morro da Cruz, onde ficam os equipamentos de transmissão digital e também um PoP da REMEP-FLN. Em parceria com a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), a TV UFSC exibiu conteúdo local, produzido na universidade, e nacional.

MonIPÊ

O gerente de Redes de Experimentação da RNP, Alex Moura, apresentou o status do projeto MonIPÊ, que visa desenvolver um serviço de medições de desempenho da rede acadêmica nacional, a rede Ipê. Para isso, é usado o perfSONAR, padrão internacional de monitoramento de desempenho.

“Vamos fazer a expansão da malha, disseminar a ideia para treinamento de usuários e transferência de tecnologia. No próximo ano, pretendemos colocar alguns pontos de medição em determinados trechos, em parceria com os PoPs, para testes. O objetivo é ter um aumento da capacidade de desempenho da rede Ipê”, afirmou Alex Moura.

Panorama de gestão

A gerente de relacionamento Redecomep, Wilma Silva, apresentou o modelo de gestão das redes metropolitanas, que é consorciado, formado por instituições de ensino e pesquisa e outras organizações de interesse local. Esse modelo, composto por um comitê gestor e outro técnico, é responsável pela infraestrutura implantada pela RNP. “De todas as redes que foram implantadas, podemos dizer que metade delas está com o arranjo consolidado”, afirmou Wilma.

Modelo jurídico

Segundo a consultora jurídica da RNP, Cláudia Santos, para solucionar as dificuldades que surgiram no consórcio, atual modelo jurídico de gestão dessas redes, as fundações, os condomínios e as associações são os modelos mais cotados para a substituição do atual. “A princípio, o consórcio era o modelo original. No entanto, dentro da RNP, existe um forte apelo para o condomínio, que propõe uma gestão comum. Existe também a associação, o que me parece mais burocrática para a implantação. As fundações também são amplamente utilizadas para esse fim”, afirmou Cláudia.

Para a procuradora, “o que a RNP precisa é se aprofundar em cada modelo, analisá-los caso a caso e viabilizar a contribuição da cota das instituições para o repasse da manutenção da rede”.

Sobre essa questão, o diretor de Serviços e Soluções da RNP, José Luiz Ribeiro, declarou: “O que para nós é muito importante é a manutenção da estrutura de gestão. Em muitos casos, ela desaparece, quando muda um comitê gestor da instituição. Mesmo tendo uma organização do governo para a manutenção da rede, ela não consegue encontrar o representante responsável. Nós somos corresponsáveis por essa rede porque precisamos atender às nossas instituições usuárias”.