Sobre

 
A organização CineGrid

CineGrid é uma associação internacional sem fins lucrativos construída por várias empresas e universidades que convergiram em um grupo avançado de pesquisa para a distribuição de imagens em movimento através de redes ópticas de alta capacidade. A origem do nome vem da junção do termo Grid com o Cinema, uma vez que os sistemas computacionais para transmitir e armazenar as imagens seguem a estrutura de uma grade computacional. Empresas como Cisco, IBM, Intel; universidades como Berkeley, UCSD, UCLA, Keio; e estúdios de cinema como a Lucas Films e Disney estão entre os fundadores dessa associação.

Atualmente, CineGrid é um dos proeminentes grupos na área de cinema em redes e um dos principais usuários das instalações da GLIF (Global Lambda Integrated Facility). Dentre as principais aplicações disseminadas pela associação está a transmissão de filmes em ultra-alta-definição (4k ou superior), a preservação de mídias digitais e ferramentas para edição colaborativa de vídeos.


A organização GLIF

A Global Lambda Interactive Facility (GLIF) é uma associação internacional de redes de pesquisa, criada em 2003, para promover um novo paradigma em redes de comunicação. Composta por 52 organizações de vários países, a comunidade GLIF busca a construção de uma infraestrutura de comunicação na qual o elemento central de sua arquitetura são os circuitos virtuais fim-a-fim, também chamados de lightpaths, entre os sistemas terminais participantes. Os participantes da GLIF, conjuntamente, oferecem lightpaths como um recurso global integrado para uso por aplicações colaborativas internacionais que fazem uso intensivo de dados.

Este conceito de lightpath atende necessidades de aplicações de alto desempenho de projetos de e-ciência, em áreas como física de altas energias, astronomia e bioinformática, bem como a transmissão de vídeo de ultra-alta-definição, como em aplicações de cinema digital ou de visualização de resultados de cálculos científicos.

A malha de conexões da GLIF está baseada em duas dúzias de GLIF Open Lightpath Exchanges (GOLEs), que são centrais de comutação dos lightpaths, espalhadas pelo mundo, inclusive o GOLE SouthernLight, localizado em São Paulo, provendo interconexão entre as redes brasileiras participantes Ipê (operada pela RNP), GIGA (operada pelo CPqD e pela RNP) e KyaTera, e sua conexão ao resto do mundo.

RNP tornou-se membro da GLIF em abril de 2008. Ela participa ativamente das atividades da associação, através de workshops, reuniões técnicas e projetos experimentais, além de operar o GOLE SouthernLight, em colaboração com a Rede Acadêmica do Estado de São Paulo (ANSP).


Mapa mundial da infraestrutura de conexões GLIF em 2011


Detalhe da infraestrutura GLIF no Brasil, 2011

Sobre os Grid´s

Existem redes ópticas acadêmicas com velocidades ainda inimagináveis, algo equivalente a 100 mil vezes a velocidade que um usuário médio tem à sua disposição em casa (1 Mbps) e que são mantidas por entidades de pesquisa e desenvolvimento. Essas redes estão conectadas através da manutenção física de cabos ópticos fotônicos (a laser) submarinos que já cobrem boa parte do mundo. As redes desenvolvem aplicativos de alta complexidade e conectam vários supercomputadores ao redor do globo. As aplicações são em sua maioria ligadas às ciências exatas, tais como previsão do clima, visualização de fenômenos físicos e o envio das imagens em alta definição em tempo real para várias universidades e a distribuição de visualizações astronômicas através das interconexões de exploratórios com planetários e instituições de pesquisa.

A associação CineGrid iniciou suas atividades na Califórnia a partir de uma demanda do campo das artes cinemáticas, que através de seus fundadores, vislumbraram a distribuição, produção e cooperação na área das imagens em movimento (cinema/vídeo) operando através dessas redes científicas e produzindo uma nova possibilidade para o campo do cinema, tanto no ensino quanto na pesquisa e desenvolvimento de conteúdos culturais. No campo do ensino, podemos citar exemplos do que em pouco tempo será possível realizar através desses sistemas: cursos de cinema em universidades poderão ter acesso em tempo real ao acervo de uma Cinemateca em ultra definição e projetar filmes em suas próprias salas, além de poderem editar filmes ultra definidos de forma colaborativa e visualizá-los em tempo real. No campo das ciências, estudantes de astronomia e física poderão visualizar em planetários fenômenos astrofísicos em tempo real com imagens em ultra definição vindas de observatórios conectados, médicos poderão observar imagens de pacientes em escalas muito mais ampliadas, entre outras inúmeras possibilidades.

O Brasil já conta com uma infraestrutura interligada a essas redes e pode se tornar uma plataforma internacional de produção e distribuição de conteúdos audiovisuais, como demonstrado no ano de 2009 com a primeira sessão de cinema global do filme Enquanto a Noite não Chega (de Beto Souza e Renato Falcão), realizada do Brasil para Japão e Estados Unidos através da rede GLIF.


CINE GRID